De amor e risoto também se vive [oneshot]
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De amor e risoto também se vive [oneshot]
Classificação livre, xô tarados.
EMPURRANDO MEUS HEADCANONS NA GARGANTA DE VOCÊS.
NADA DÓI.
EMPURRANDO MEUS HEADCANONS NA GARGANTA DE VOCÊS.
NADA DÓI.
- Spoiler:
- “Você é um imprestável.”
A moça caminhava de um lado para outro, os braços cruzados de frustração. Seus saltos batucavam compassadamente no piso da cozinha, num ritmo enfurecido: toc, toc, toc...
O pobre homem esperava de cabeça baixa o golpe de misericórdia.
“Não só imprestável, também acho que seu cérebro deve ter apodrecido, seu inútil”
Toc, toc, toc... O som do juízo final. Não custava nada tentar uma última defesa.
“Mas, amorzinho—“ ele grunhiu fracamente, as mãos estendidas num gesto de súplica.
Ela o interrompeu batendo a mão contra mesa, com a força de uma juíza contrariada com a baderna em seu tribunal. O estrondo roubou a voz do réu de imediato.
“Você tem ao menos noção do quanto eu trabalhei pra comprar essa grandessíssima porcaria que você quebrou?” Rosnou ela, apontando para um montinho de metal retorcido e carbonizado, que um dia foi um fogão.
“EU SÓ QUERIA AJUDAR!” Ele gritou choroso, assoando o nariz no aventalzinho que usava. Uma cena realmente patética.
“E lá vamos nós...” Ela pensou, soltando um enorme suspiro.
“Tudo bem, tudo bem, pare com isso.” A moça tirou os óculos e massageou o cenho, tentando se acalmar. “Apenas me diga o que diabos você pretendia fazer, além de incendiar a casa”
“Você chega *snif* tão c-cansada *snif* eu... *snif* o jantar...” Ele tentou se explicar entre os soluços.
Alguma coisa muito violenta atravessou o corpo de Layla de uma só vez. Era como se todas as suas células estivessem gritando “QUE BONITINHO” ao mesmo tempo e pedindo para abraçar aquele imprestável por uma hora inteira. Mas ela não daria o braço a torcer. Pigarreou, afastando aqueles pensamentos desnecessários. Ajeitou a lapela de seu terninho e decidiu que resolveria o caso da mesma forma impessoal que resolvia os assuntos da empresa.
“Eu já disse que não precisa se incomodar comigo... Além disso, nosso fogão tem... ou pelo menos tinha acendimento automático, então v—“
“EU POSSO FAZER CHAMAS SOZINHO!” Shaytan interrompeu, secando as últimas lágrimas. Sua voz parecia determinada, quase como se estivesse se gabando da incrível habilidade. Layla revirou os olhos.
Ah, era mesmo um contraste imenso. À primeira vista, Shaytan demonstrava imponência. Seu semblante sombrio, alta estatura, o rosto extremamente pálido, emoldurado por cabelos vermelhos como chamas... como o sangue. As garras que podiam facilmente rasgar uma garganta... No entanto, se alguém fosse corajoso o suficiente para não se atirar do abismo mais próximo ao ver tal criatura e se dispusesse a conviver com o moço por, no máximo, 30 minutos, descobriria que ele não passava de um cabeça-de-vento. Do tipo que tropeça no chão sem obstáculos, dorme em qualquer lugar e quebra coisas com um simples toque. O tipo de criatura incapaz de se adaptar aos novos tempos e aprender como se usa um fogão. O tipo de pessoa (?!) que mais irritava Layla.
E o que explicaria o fato de aqueles dois viverem um feliz casamento há (literalmente) séculos?
Ela não sabia explicar.
Shaytan estava agachado junto aos restos mortais do fogão, examinando-os concentrado. Parecia estar convencido de que havia conserto e estava determinado a fazê-lo.
Layla deixou escapar um sorriso. Aquela ingenuidade era tão adorável... Aproximou-se e se agachou ao lado dele. Notou, em meio à pilha de metal, pedaços de carne crua espatifados pelo chão. Não pôde conter o riso ao reconhecer os famosos hambúrgueres de coração, receita que ela mesma preparava com freqüência: o prato favorito do demônio desastrado.
Shaytan fitou a esposa com um sorriso abobalhado e confuso. Estava feliz por ela ter recuperado o bom humor, mas não fazia ideia de qual era a graça.
A gargalhada de Layla terminou com um suspiro satisfeito.
“Acho que é esse o motivo” Ela pensou feliz, enquanto se aproximava e beijava a testa dele. O Demônio entendeu aquilo como um “Vou deixar essa passar” e puxou-a para um beijo de verdade.
“É, esse é realmente o motivo” Ela concluiu, enquanto levantava-se sem fôlego.
Despiu o marido daquele avental claramente afeminado e envolveu-o sobre a própria cintura. “Hoje vamos jantar risoto” declarou.
Ele começou um protesto, mas logo foi cortado pelo olhar penetrante da tirana.
“Hoje. Vamos. Jantar. Risoto. <3” Layla repetiu com sorriso rígido e sádico de quem sabia a aversão do demônio àquele prato. Ela não havia esquecido quanto o (ex-)fogão havia lhe custado, afinal.
Ele entregou os pontos e sentou-se emburrado.
Logo, logo, o cheiro da refeição pronta invadiria o cômodo, criando aquela atmosfera aconchegante de um lar. Um lar que aquelas duas chamas poderiam amar e manter por toda a eternidade.
Última edição por Aku no Hana em Seg Set 30 2013, 20:11, editado 1 vez(es)
Aku no Hana- Sacrifice
- Mensagens : 648
Data de inscrição : 02/10/2011
Idade : 28
Localização : Vagando pelo universo, shippando planetas.
Re: De amor e risoto também se vive [oneshot]
Que fofo!!!!
Nati- Arasoi no Keifu
- Mensagens : 181
Data de inscrição : 11/09/2013
Idade : 33
Localização : Sound Horizon Kingdom
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