As sete histórias do ancião - e um mero garoto
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As sete histórias do ancião - e um mero garoto
Já que ninguém posta, estou postando pra tentar failmente incentivar alguém a postar né e-
Eu até postaria uma "ficha técnica", mas estou sem meus arquivos no pc, então... Então só direi que tem MUITO sete. Em todos os tipos. E acho que tinha 1017 caracteres. Depois eu tento dar um edit com algo como "ficha técnica" *o que nem sabe fazer uma*. Acho. Enfim, aí está a fic.
Já terminou de ler? Agora, fatos exóticos em spoiler
Eu até postaria uma "ficha técnica", mas estou sem meus arquivos no pc, então... Então só direi que tem MUITO sete. Em todos os tipos. E acho que tinha 1017 caracteres. Depois eu tento dar um edit com algo como "ficha técnica" *o que nem sabe fazer uma*. Acho. Enfim, aí está a fic.
- As sete histórias do ancião - e um mero garoto:
Manhã e noite. Luz e sombra. Não sei qual prefiro, não sei a qual me refiro quando resolvo cantar. Uma das poucas coisas que posso afirmar certamente é que eu e meus outros eus preferem uma chuva sem fim, que lava minha tristeza e solidão. Só ela purifica minha alma e consegue guiar meus passos ao que procuro. Procuro quem procura livrar-se de um tormento eterno. Mais chuva, mais algumas árvores na minha frente. Agora, uma clareira. Agora, uma fogueira de chamas azuis. Sim, acesa debaixo de chuva. E agora, devidamente sentada, viajo além do horizonte da realidade terrena.
- Você novamente, garota? O que queres mim vindo até aqui repetidamente? É o que pergunta uma voz rouca e profunda.
- Quero matar minha curiosidade, descobrir o que tu és, e você, ó nobre ancião do capuz, nunca me dá uma resposta satisfatória.
- Sou sombra e pó, atormentado eternamente pelos pecados. Fui, sou e serei muitas coisas. Anjo, aprendiz, ancião, herói e vilão, talvez governante do submundo. Sou um ser imundo, fadado a esperar a eternidade e ver manhãs e noites passarem por mim, assim, pago o que devo a mim mesmo e procuro o que nunca sei o que é e talvez nunca ache.
- Se isso tudo é o que tu és, deve ser algum deus. – respondeu a garota.
- Nunca fui. Nem deus, nem mago, nem vidente. Tampouco sábio.
- Mas você sempre conta histórias... e acho que talvez as cria.
- O vento conta. Ele entra pelos meus ouvidos e sai pela minha boca. O vento pode muito. O vento te dará uma nova história, provavelmente é o que viestes procurar. Tu que lês minha alma verá as sete canções de luz e sombra.
Assim respondeu o ancião encapuzado. E após algum som esquisito e pigarrento, abriu um livro retirado de dentro do capuz e começou a ler, com seu par de olhos vermelhos, a única coisa além das chamas que se destacava naquela escuridão.
Na primeira, temos um mero garoto. Ele criou um universo.
- Como assim “Um mero garoto criou um universo”?
- Garotos podem tudo, garota. Podem até interromper histórias, apesar de não ser a atitude mais correta.
- Perdão, nobre ancião.
- Um garoto. Ele criou um deus, que criou dois deuses, que criaram três deuses. Um onipotente, dois da manhã e noite, três destinados a elementos. A destinada para a água deveria ser transparente e flexível, porém, revoltada com seus pais, desceu para a sombra, criou um submundo, um lugar que em seu mundo chamariam de hades. No mundo da garoto, nomes são informações confidenciais. Então manhã e noite ficaram tristes, e assumiu a posse da água sua irmã mais nova. Eles criaram um universo de luz e sombra em alternância eterna. Foi a única felicidade que o garoto teve na sua vida. E após isso, ele morreu.
- Mas...por que o garoto morreu?
- Queria morrer feliz, e sabia que aquela seria a sua única felicidade.
Na segunda história, temos um mero garoto. Ele criou um vazio dentro de si mesmo. Para tentar preencher o vazio interior, dividiu sua alma em sete partes. Esquizo , poderíamos apelidá-lo assim. Depois de perceber que ele próprio criou o vazio, “Sr. Morte” o visitou.
- O que procuras, meu garoto?
- Não sei, mas algo me falta.
- Sanaremos seu problema, em sete partes.
O garoto morreu sete vezes para ir ao que chamam de “paraíso”. Por ter se matado, foi condenado ao abismo e tormento.
- Não entendo suas histórias...
- A morte foi a única maneira que encontrou para sanar seu vazio.
Na terceira história, temos um mero garoto. Ele queria saber e aprender tudo que poderia ser conhecido. Tinha literal fome de conhecimento, e quando sua barriga a sentia, comia os livros que já estavam em sua mente. Ele não morreu.
- Finalmente alguém que não morreu. – diz a garota após um suspiro aliviado e um esboço de sorriso
- Ele vagou eternamente buscando a morte. Mas não podia mais morrer, já tinha aprendido a ser imortal. Viveu em um tormento eterno, guardando as portas de um lugar abissal.
Houve um silêncio. Exatos sete segundos.
Na quarta história, temos um mero garoto. Ele criou-se como um anjo, de forma tão perfeita a virar um. Sabendo que anjos não podem pecar, qual é o destino de um anjo que se apaixona por uma semideusa e daria suas asas por um beijo? Tormento eterno. Condenado a vagar e procurar sua amada por um deserto de sombra e pó. Suas asas, sua metade, seu amor, sua alma, sua sombra, sua luz, sua semideusa. Procura e tormento eterno de um anjo com um vazio preenchido por caos e sombra.
Houve um novo silêncio. Exatos trinta e sete segundos.
Na quinta história, temos um mero garoto. Ele cresceu e se tornou um grande guerreiro lendário, que salvou centenas de vidas e sete garotas. Para a primeira, seu fígado. Para a segunda, seus olhos, para a terceira, sua pele. A terceira, sua carne. A quarta, seus ossos. A quinta, sua força. A sexta, sua inteligência. A última, que chorava a perda de seu amor angelical, ganhou sua alma. Um garoto que virou guerreiro morreu com sete enormes cicatrizes.
- “Aqui jaz Cicatriz, o nobre cavaleiro morto.” Deve ser o que está escrito na lápide dele. – dissertou a garota sobre a quinta história.
- Na sexta história, temos um mero garoto. Ele queria ser diferente de todos os outros. Então se vestiu diferentes, criou uma mentalidade diferente, construiu um jogo de ideias diferentes, e viveu de forma diferente. No fim, se suicidou, para tornar-se diferente de todos os que viviam. A existência única do garoto em virou parte de um só pó morto.
- Essa eu...realmente não entendi.
- Para ser aceito, tornou-se diferente. E quando viu que a diferença não foi aceita, percebeu que os mortos aceitam todos como iguais, do mesmo pó.
Na sétima história, temos um mero garoto. Ele foi muitas coisas, e em um dia de sua vida, contou sete histórias a uma garota, de frente a uma fogueira.
Já terminou de ler? Agora, fatos exóticos em spoiler
- Spoiler:
1- 1 garoto + 1 deus + dois deuses + 3 deuses = 7
2- sete garotos na história. nenhum apresenta seu nome real.
3- "Aqui jaz cicatriz, o nobre cavaleiro morto" tem 37 caracteres. não lembro se são com ou sem as aspas.
4- a história tem 1017 caracteres, se lembro bem.
5- temos um monte de setes ou números que remetem a eles.
6- o título da história tem 37 caracteres
7- você acabou de ver mais um sete. e talvez ainda acha mais se continuar procurando.
Re: As sete histórias do ancião - e um mero garoto
Pode postar comentários? *diz isso mas posta mesmo assim*
Nossa, ta muito muito muito lindo Dija ç_ç Ta.. muito perfeito D:
E olha, isso me incentivou a escrever mesmo e-e E eu nem ia participar..
Nossa, ta muito muito muito lindo Dija ç_ç Ta.. muito perfeito D:
E olha, isso me incentivou a escrever mesmo e-e E eu nem ia participar..
Yamai- Jinsei wa ireko ningyo
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