Contos do eremita
2 participantes
Página 1 de 1
Contos do eremita
"Contos do eremita" é uma série de contos que venho escrevendo há algum tempo, quando dá na telha. ( O que me lembra que faz um tempinho que não escrevi um.). Então, já que essa é sessão de "fics nada a ver com o fórum", vou inaugurá-la. Espero que gostem, aí vai o primeiro!
Contos do eremita: Grande Regente
Contos do eremita: Grande Regente
- Spoiler:
- A chama eterna brilha em seu azul intenso. Eternamente em seu devorar de uma madeira que não se desgasta. Eternamente em sua sina de desafiar a chuva e o silêncio, e o escuro. O velho eremita, que parece estar por ali há tanto tempo quanto aquela chama recebe um novo desafiante.
- Olá senhor -diz ao se aproximar- O senhor deve ser o eremita que guarda esta região. Sou um viajante, e passando por estas terras lembrei-me de sua história. A história de que há por estas terras um senhor que fica sentado perto de uma fogueira, sábio e velho como as grandes coisas antigas desse mundo.
- Olá filhote. Você acredita em tudo o que lhe foi dito a meu respeito?
- Sim. Mas para reforçar minha crença, queria fazer-lhe uma pergunta. Posso?
- Qualquer uma delas, desde que não estejam relacionadas a pedir permissão para perguntar. Prefira sempre desculpar-se abertamente por uma pergunta infeliz.
- O que é o tempo?
- Um regente antigo. Muito antigo. Desde sempre esteve a reger as coisas. Desde sempre criam-se coisas que giram em torno dele. Desde sempre o sempre existe e é graças a um regente. Perigoso é tentar tocá-lo, ou ter a intenção de...conseguir uma audiência formal, se é que me entende. Imortal também ele é, pois quanto mais tentativas de destrui-los forem feitas, mais próxima e a hora do regente enterrá-lo, dizer que chegou a sua hora de partir.
- Entendo... mas em que sentido é perigoso?
- Perigoso a ponto de não se saber quais os felizardos que tiveram uma audiência com ele. E quais destes estão vivos para lembrar-se disso. Apenas lembrar-se, não é permitido que seja contado nada. Mas sei de uma história. Um homem que não gostava de sua vida. Talvez um viajante. Ele conseguiu uma audiência com o tempo, e mais ainda, um favor do grande regente. Conseguiu voltar ao tempo do seu passado, dizia ele que queria consertar uma coisa. Queria consertar um encontro com uma garota. Queria que ele não acontecesse. E assim arranjou as coisas.
- Devo perguntar o que aconteceu com ele?
- Se quer saber, consequentemente deve. Porém não é preciso desta vez. Ao consertar o que queria foi mandado para onde estava antes da audiência. Mas como dito, perigoso é tocar nas linhas do tempo. Um leve borrão altera uma grande história e ainda pode transformá-la em grande tragédia. Aconteceu exatamente isto: Ao não realizar o encontro, ele não cativou a garota com quem se encontraria. A única que realmente iria cativar. Assim ele nao tinha alguém que pensava em seu retorno. Assim não teve lugar para onde retornar, e vagou errante pelo resto de seus dias. Sei que você pretende falar algo a respeito disso, mas não considero uma atitude sábia brincar com regentes desse nível. Sábio em seu caso é aproveitar os seus próximos cinco minutos de estada aqui para suas próximas duas horas e meia de caminhada, assim estará a dois dias de seu destino. Lembre-se de descansar sempre ao meio-dia.
Assim o velho volta a fitar a fogueira, absorto em seus pensamentos tão eternos quanto aquela chama.
Re: Contos do eremita
Hm, gostei :2
Digo, pelo que entendi isso é só o início da história, certo? Bem, realmente não aconteceu muita coisa (digo, não aconteceu nada :2), mas ainda assim me deixou curioso pelo andamento. Achei a narrativa demasiadamente metafórica em alguns pontos, o que eu achei um tanto forçado, mas se isso faz parte do seu estilo, então eu não posso dizer que isso é um defeito.
No mais, me agradou, espero por mais :3
Digo, pelo que entendi isso é só o início da história, certo? Bem, realmente não aconteceu muita coisa (digo, não aconteceu nada :2), mas ainda assim me deixou curioso pelo andamento. Achei a narrativa demasiadamente metafórica em alguns pontos, o que eu achei um tanto forçado, mas se isso faz parte do seu estilo, então eu não posso dizer que isso é um defeito.
No mais, me agradou, espero por mais :3
Norm- Ori no Naka no Yuugi
- Mensagens : 1221
Data de inscrição : 05/08/2010
Idade : 31
Localização : Em minha lâmpada, esperando algum tolo me libertar para então eu destruir o Canadá
Re: Contos do eremita
Bem, contos do eremita não é bem uma linha. Eu classifiquei todos como "contos do eremita" por que são contados ou falam de um eremita que fica numa fogueira, no meio da floresta e talz. mas eu vou procurar um que é dividido em partes. Se chama "O mestre das armas". Fala sobre a história de outro personagem meu, futuramente no meu livro. /oaspiranteaescritor. Enfim, postarei mais. E...é isso. *começa a procurar o conto*
Well, ainda não achei ele. Vou deixar pra uma próxima. O de agora será esse.
Contos do Eremita: Visita
Esse "garoto" é o protagonista do meu livro. Que tá escrito e sabe-se lá quando será publicado. Quando eu terminar essa trilogia [daqui pra morrer, juro.], talvez os contos do eremita façam mais sentido. Por enquanto é só um monte de ideias que eu escrevi pra não passarem batidas e eu esquecer.
Well, ainda não achei ele. Vou deixar pra uma próxima. O de agora será esse.
Contos do Eremita: Visita
- Spoiler:
- Lembra-se do garoto que virou aprendiz, mestre-aprendiz e tudo mais? Lembro-me agora de uma sobre ele. Ele estava andando por aí, e encontrou uma garota. E começou a conversar com a garota. Não sei sobre o conversaram. Devem ter conversado sobre muitas coisas, mas chegaram ao diálogo. "você acredita em criaturas mágicas?"
-Sim, elas existem.
- Bem, adoro ler sobre duendes, e elfos, e coisas do tipo.
- Então, -disse ele levantando-se e estendendo as mãos para ela- venha comigo para um reino magia e melodia misturam-se com poesia, onde o tempo é púrpura e as luzes falam!
E ela segurou as mãos dele, assentindo com a cabeça. Ele continuou.
- Vê as três portas na sua frente?
- Não.
Ele passou a mão na frente dos olhos dela.
- E agora?
- Sim - disse ela, agora magicamente vendo as portas. A primeira parecia antiga. A segunda parecia uma porta comum. A terceira era só a armação de uma porta. - Por qual porta entramos?
- Escolha.
- Hm...a terceira, só com armação.
Ele pegou a mão dela e entraram pela armação. Estavam agora em um campo verde. Longe, quase no horizonte, havia algo como uma enorme cidade-fortaleza medieval. Do outro lado, um pouco menos longe, um templo japonês.
- Bem-vinda ao reino de Montris.
- Montris significa algo?
- Talvez sim, talvez tenha sido apenas um nome bonito. Como não conheço significado nenhum para a palavra, suspeito que seja a segunda opção.
E a garota riu. E parou de rir para quase chorar de admiração. Um ponto de luz rosa aproximou-se dela e disse em voz cristalina e feminina.
- Seja bem vinda a Montris, Lady. O que deseja?
- O que desejo?
- É -interrompeu o garoto. Mas não deseje que um dragão apareça. Não estou a fim de lutar com dragões em meu dia de descanso. Hum... já que vai chover daqui a pouco, que tal abrigo?
- Pode ser...
-Ah, e isto -apontou o ponto de luz- é um aiodrome. O templo está mais perto... quer ir andando, correndo ou de raposa?
- Andando. Quero apreciar o lugar.
- Vamos. - neste momento em que ele pegou a mão dela e começaram a andar, um aiodrome azul começou a seguir o garoto. Depois de um tempo ele parou, olhando pra trás, bem pra trás.
- Acho que ela não gostou de ser rejeitada.
E antes que a garota pudesse perguntar quem era ela um raio caiu ali perto, e o clarão ofuscou tudo. Quando a luminosidade voltou ao normal havia uma raposa perto dela. Branca como a neve, grande como um cavalo, com nove caudas e olhos prateados.
- É, não gostei mesmo - disse a raposa.
A garota deve ter pensado que a raposa faria algo com ela por estar com raiva. Mas raposas não são tão vingativas, não perto daquele garoto. E o garoto montou na raposa e puxou a garota para cima. Cochichou algo em seu ouvido (o da raposa) e esta saiu em disparadada, veloz como o raio que a trouxe. E o vento fazia uma melodia suave nos cabelos da garota, como se estes fossem cordas de harpa. E correram como o vento. E uma chuva fina começou a cair sobre os três. A chuva começou a cair em flocos, e o tapete de grama virou um tapete de neve à medida que se aproximavam do templo. Agora ela entendeu por que suas roupas haviam mudado quando eles entraram em Montris. Chegando ao templo ele levou ela até um terraço, e ficaram lá a contemplar a neve cair.
- A sacerdotisa não está... espero que ela volte logo.
E apareceram gnomos trazendo sake e alguns petiscos. E eles ficaram a olhar a neve e a raposa que parecia um boneco de neve quando fechava os olhos.
- O que acontece quando a neve derrete? perguntou ele.
- Vira água?
- Não, chega a primavera... ah, ela chegou.
Neste momento sai uma mulher de dentro do templo. Relativamente alta, esbelta, de cabelos e olhos prateados, pele azul-cinzenta, vestido branco e arco gigantesco na mão.
- Esta é Lilith, a grã-sacerdotisa.
- Lilith não era uma deusa do amor?
- Ora, assim como existem várias garotas com o seu nome, existem várias Liliths. Uma, dizem os humanos do mundo cinza, é mãe das criaturas das sombras.
- Diga-me, garota. O que você entendeu sobre a chegada da primavera?
- Acho que...não sei o que significa...
- Humanos vangloriam-se pela sua inteligência. Tem certeza que não sabe?
- Tenho.
- A chegada da primavera é a renovação da alegria. Do calor humano. De uma outra forma de beleza, pois a neve tem a sua. Mas a primavera não chega a esta parte de Montris.
- Que triste...
- Ei, filhotes de humanos. Está na hora de voltar - disse a raposa, levantando a cabeça.
- Não posso ficar? perguntou a garota.
- Não, respondeu a elfa(a sacerdotisa é uma elfa noturna. Você não achou que humanos tinham cabelos prateados, achou?).
- Você pode visitá-los outras vezes, disse o garoto ao se levantar. Você pode visitar esse e outros mundos, tudo depende de você e do tempo próprio para tais visitas. Agora precisamos ir.
A elfa atirou uma flecha de seu arco enorme. A flecha virou uma porta comum um pouco à frente deles. E ao atravessar a porta eles voltaram ao mundo cinza.
Esse "garoto" é o protagonista do meu livro. Que tá escrito e sabe-se lá quando será publicado. Quando eu terminar essa trilogia [daqui pra morrer, juro.], talvez os contos do eremita façam mais sentido. Por enquanto é só um monte de ideias que eu escrevi pra não passarem batidas e eu esquecer.
Re: Contos do eremita
Ok, isso me deu feelings de IdoIdo e Nightmare Before Christmas. Tenho problemas?
Enfim, no geral eu também gostei muito desse! O Garoto parece um personagem awesome
Agora, o problema foram as falas. Em algumas partes, simplesmente não dá pra ter certeza de quem está falando o quê ._. Por exemplo:
Ainda assim, eu realmente gostei! :3
Enfim, no geral eu também gostei muito desse! O Garoto parece um personagem awesome
Agora, o problema foram as falas. Em algumas partes, simplesmente não dá pra ter certeza de quem está falando o quê ._. Por exemplo:
Eu me perdi nesse trecho. Quem fala a parte da inteligência, o garoto ou a elfa? E a explicação da chegada da primavera? Isso é só um exemplo, podia organizar melhor todas as falas.- Esta é Lilith, a grã-sacerdotisa.
- Lilith não era uma deusa do amor?
- Ora, assim como existem várias garotas com o seu nome, existem várias Liliths. Uma, dizem os humanos do mundo cinza, é mãe das criaturas das sombras.
- Diga-me, garota. O que você entendeu sobre a chegada da primavera?
- Acho que...não sei o que significa...
- Humanos vangloriam-se pela sua inteligência. Tem certeza que não sabe?
- Tenho.
- A chegada da primavera é a renovação da alegria. Do calor humano. De uma outra forma de beleza, pois a neve tem a sua. Mas a primavera não chega a esta parte de Montris.
- Que triste...
Ainda assim, eu realmente gostei! :3
Norm- Ori no Naka no Yuugi
- Mensagens : 1221
Data de inscrição : 05/08/2010
Idade : 31
Localização : Em minha lâmpada, esperando algum tolo me libertar para então eu destruir o Canadá
Mais um! hehe
Ok, norm, valeu! Crítica construtiva rules. a parte da inteligência é dita pela elfa, e a da chegada da primavera também, mas o autor é um antissocial confuso que escreve de um jeito confuso, aí ferra. Enfim, agora que lembrei, vou postar outro conto que talvez não seja conto por estar em capítulos, mas eu gostei dele. Bem, eu escrevi um livro que ainda não publiquei, aí lá tem um personagem que já aparece como "cara fodão viciado em lutar". Aí nesse conto eu contei [oh, really?] a história dele.
O mestre das armas
O mestre das armas
- Parte 1:
Essa história passou-se no reino de Montris, antes da época da última grande guerra. Mesmo naquele mundo mágico e colorido onde tudo era magia, os híbridos não eram bem vistos. Principalmente os meio-orcs. Um garoto meio orc chamado Siegfried nasceu de uma das incursões dos orcs a Montris. Todos o rejeitaram, até a própria mãe. Era uma aberração de pele cinzenta, apesar de ter feições humanas. Nesse tipo de história é sempre difícil saber como esses garotos órfãos são criados, mas aqui vai a história mais contada, ou a hipótese mais bem aceita, já que os órfãos nunca dizem de onde vieram. Os orcs fizeram outra incursão e encontraram o garoto. Percebendo que este tinha sangue orc o levaram para sua tribo e lá este começou a ser treinado. Orcs são uma raça guerreira, e aos sete anos Siegfried já sabia manejar uma arma, e era mais imponente de um garoto humano de quinze.
- Parte 2:
- O que acontece com um meio orc de 7 anos que aparenta ter 15?(Não pergunto o por que desse crescimento precoce. Ele é um meio orc no fim das contas, é normal ser enorme e forte entre orcs) Vai às armas. Espadas, lanças, arcos, garras, não gostava de escudos, preferia usar espadas de duas mãos. Em meio às armas Siegfried foi criado, e as armas foram suas companheiras, seus guias. Após aprender o suficiente o mestre orc, Thorak'tur, disse que faltava apenas uma coisa para o meio orc ser considerado tão grande quanto qualquer orc: a prova. Não acho que alguém que soubesse o que isto representava ficaria tão feliz quanto ele.
- Parte 3:
- Meio orc, criado por orcs, iniciado na espada e escudo, lança e machado. Sete anos, grande como um humano de quinze. Grande como um orc de sete anos. Pronto para a prova do seu destino, foi jogado em uma caverna. Graças às espiadas no livro de um xamã orc conseguiu conjurar uma faísca e acender uma tocha. Tocha na mão esquerda, espada na mão direita, e medo em todas as outras lacunas. A única coisa que lhe disseram era que aquela caverna se chamava Caverna do julgamento, e se ali provasse que era tão forte quanto um orc, aprenderia mais sobre as armas, tornaria-se um orc guerreiro, destino dos orcs mais fortes e motivo de honra para qualquer um de sua raça. Acostumou-se rapidamente à pouca luz. Difícil, porém necessário foi dominar o medo. Medo era uma fraqueza humana, o único medo que um orc poderia ter era não ter uma morte honrada em batalha. Por isso os guerreiros desprezavam os xamãs. Eles não eram fortes o suficiente para a batalha, então se dedicavam ao Deus do fogo, criador dos orcs segundo as antigas lendas. Assim se especializavam em magia. Uma posição honrada apenas quando se tratava de um xamã poderoso o suficiente para fazer frente a um guerreiro. Mas tudo isso agora eram pensamentos soltos que turvavam a mente do pequeno[ não tão pequeno assim] meio orc. E dissipando-os ele continuou a andar...e andar...e andar...e perdeu a noção de tudo...mas continuou andando. Como sempre, ao pensar que suas esperanças de pelo menos encontrar o fim da caverna chegavam ao fim a encontrou. Mas não foi isso que o deslumbrou. Havia algo com vida própria no fim da caverna. Ou talvez, algos. Uma espada que tinha praticamente o tamanho do meio orc estava fincada no chão. Parecia estar ali desde o início dos tempos, porém não estava enferrujada, brilhava como se emanasse luz própria. Nela também haviam algo como inscrições. Apoiado na espada grande e larga o suficiente para partir um cavalo ao meio [assim julgam todos que a viram] estava uma figura. Ele era o outro algo que reluzia na sala. Usava uma espécie de kimono, e algo que o meio orc não soube julgar se era uma saia ou uma calça larga e com pregas. Eram vermelhas, quase roxas, praticamente vivas. E sua pele era verde, um verde tão escuro quanto se possa imaginar. Se não fosse a cor peculiar e o orc soubesse o que era um samurai, poderia dizer que este era um (apesar de que samurais não carregavam espadas largas o suficiente para cortar cavalos). As íris amarelas da figura fitaram o garoto, e este parecia ter diminuido diante daquela presença solene, praticamente divina aos seus olhos. foram poucos instantes, mas aqueles poucos instantes que são praticamente eternos. Até que ele ouviu uma voz, profunda e solene, que ecoou pela caverna. Um murmúrio de alguém que está entediado há muito tempo vinha da figura, apesar de ela não abria a boca, o murmúrio dirigia diretamente à mente do garoto. Finalmente ele pode entender algo, talvez tarde de mais.
- Hora do julgamento, - e disse isso arrancando a espada enorme do chão e pondo-a por cima do ombro - Meio orc Siegfried.
- Parte 4:
- "Hora do julgamento, meio orc Siegfried". contou o eremita e ali parou por um instante. Parece que disse aquilo de um jeito tão sinistro e com um olhar tão estranho por baixo do capuz que ele próprio chegou a ponderar se não foi de mais. Suspirou co um ruído estranho e continuou.
O primeiro golpe da figura foi devastador. O pobre meio orc apenas viu tudo se desfazer em fumaça e recebeu uma pancada por trás que o jogou para o fundo da caverna e o fez soltar a tocha. A tocha não importava tanto agora, a monstruosidade da figura enorme sobre ele brilhava mais que o suficiente para iluminar a caverna. O medo ainda implorou para que ele desistisse da loucura que estava prestes a fazer, mas orcs não atendem aos gritos histéricos do medo. E gritando ele investiu com tudo o que tinha para a figura, e começou uma luta, apanhando muito e não acertando nenhum golpe, e sendo jogado brutalmente contra as paredes da caverna. Algo como um suspiro de lamento tomou conta da caverna. Pareceu um suspiro de dragão, se é que dragões suspiram.
- É só isso que tem a oferecer, meio orc Siegfried?
- E o que você quer que eu ofereça? Aliás, o que é você?
- Eu sou o espírito de uma lâmina lendária, forjada no início dos tempos, e você tem de oferecer seu destino para me ter. Descubra meu nome, se não for estraçalhado antes disso.
E a luta recomeçou.
E o eremita descreveu uma luta como um poeta descreve o sentimento em pessoa, se é que ele é uma. E parou por outro instante com o suspiro e o ruído estranho. Talvez quisesse lembrar-se bem do que iria acontecer a seguir.
O desespero é uma arma forte, desespero é grande apelo. Desesperado estava o aspirante a orc. Sua espada havia sido estraçalhada, o sangue parecia mais escorrer sobre seu corpo do que correr dentro das veias. Mas a lâmina do desespero já havia sido afiada o suficiente para cortar o silêncio daquela luta. E o meio orc ficou maior que a figura por um instante, desviou de alguns golpes e segurou a tocha (ainda estava acesa). Pôs a mão na tocha, e fogo não queimou, avivou-se. O fogo avivou, a criatura da espada parou, o orc bradou:
- Espírito da espada antiga, grandiosamente poderoso. Se é meu destino dobrar-te, não tenho poderes para tal agora. Mas se é meu destino dobrar-te, posso apelar para algo superior. Curve-se a seu superior, pois é este quem eu invoco. Invoco o senhor do fogo, criador dos orcs, filho primogênito dos dois grandes deuses da lenda antiga, Kagutsuchi! Por ordem de Kagutsuchi, dobre-se, espírito da espada lendária, Gran!
E não era mais um orc. Era o avatar do senhor do fogo, uma criatura de fogo que dobrou a figura da espada como uma folha, e surrou-a até figura e espada voltarem a ser espada. A espada foi domada, o avatar se foi, e ali ficaram jogados, espada e orc, companheiras inseparáveis a partir de então.
- Parte 5:
- O meio orc passou pelo julgamento, tornou-se digno da espada. Após o episódio da caverna acordou sem saber do tempo-espaço onde es encontrava. Mas estava sentado em cima de uma cama e um xamã trocava suas ataduras e passava novos unguentos de ervas medicinais.
Mesmo passando por tudo ainda não era bem visto. Talvez a situação piorasse por ele carregar aquela espada que tinha o seu tamanho e cresceu com ele [literalmente em todos os sentidos]. Alguns julgavam que ele não era capaz de carregar aquilo, ou não era digno, não era um orc sangue puro. E assim cresceu o meio orc, lutando pela sua vida e para provar que o pacto foi feito pelo destino e nada separaria o elo entre Siegfried e Gran. Agora tinha 17, estava formado. E já tinha lutado com mais da metade do clã. A outra tinha medo. A outra, menos o chefe orc. Thorak'tur, o mestre orc, líder do clã não suporta ver um meio orc "fazendo desordem". A espada lendária é desafiada pelo machado duplo do mestre orc.
- Parte 6:
- Um duelo de armas: Espada lendária Gran versus Machado duplo orc. Um comfronto difícil de ser definido? Não tanto. Em combate de armas não se avaliam as armas, avalia-se a capacidade de manejá-las. Diz um velho ditado que um mestre com uma pedra pode derrotar um aprendiz com shurikens. Orcs seguem os ditados e regras, e um mestre orc com um "mero machado duplo" derrotou um jovem meio orc com uma espada lendária. Porém não tão facilmente quanto pensava. O mestre orc carregou as cicatrizes pelo resto de sua vida. Carregou também a culpa. Após ter seu rosto e orgulho feridos, expulsou Siegfried de seu clã. O meio orc passou bem por sua época de andarilho, sabia caçar e enfrentar as condições impostas, mas ainda faltava algo. E o algo o chamou para longe, e ele atendeu ao chamado.
- Parte 6:
- Um duelo de armas: Espada lendária Gran versus Machado duplo orc. Um comfronto difícil de ser definido? Não tanto. Em combate de armas não se avaliam as armas, avalia-se a capacidade de manejá-las. Diz um velho ditado que um mestre com uma pedra pode derrotar um aprendiz com shurikens. Orcs seguem os ditados e regras, e um mestre orc com um "mero machado duplo" derrotou um jovem meio orc com uma espada lendária. Porém não tão facilmente quanto pensava. O mestre orc carregou as cicatrizes pelo resto de sua vida. Carregou também a culpa. Após ter seu rosto e orgulho feridos, expulsou Siegfried de seu clã. O meio orc passou bem por sua época de andarilho, sabia caçar e enfrentar as condições impostas, mas ainda faltava algo. E o algo o chamou para longe, e ele atendeu ao chamado.
- Parte 7:
- Siegfried virou um errante por certo tempo. Tempo de mais para alguns. Mas algo o chamava para longe, e isso tirava-lhe todo o ânimo de ser um andarilho, de saber caçar e pescar. Em contrapartida, deu-lhe o ânimo de construir uma jangada. E com a jangada ele partiu para um outro mundo. Atravessou as costas do grande senhor azul, e depois de tempo e esforço fazerem seus papéis chegou finalmente à terra firme. Mal imaginara ele que acabara de chegar no lugar onde seus irmãos orcs não ousam mais pisar, e onde governa a senhora protegida pela chuva e tempestade: o Reino de Montris. Na época de sua chegada a senhora ainda não governava, e os orcs ainda planejavam a sua futura ruína. E ele não sabia de nenhum dos fatos, sabia apenas que aquele lugar estava sob a influência de alguma magia muito poderosa. Mas não teve tempo de pensar sobre isso. Algo à sua frente brilhou o suficiente para chamar sua atenção. Uma garota vinha em sua direção, e parecia ser seguida por vários pontinhos de luz, e estes pareciam conversar com a garota.
- Parte 8:
- Uma terra nova, e uma garota com pontinhos de luz que falam. "Isso deve ser magia muito antiga" pensou o meio orc.
- Bem vindo, forasteiro -disse um dos pontinhos de luz. Brilhava mais quando falava, notou o orc - Bem vindo ao reino de Montris. O que o traz até aqui?
- O vento me traz até aqui. Não sei para quê.
- Ótimo, - pronunciou a garota aproximando-se dele - entende a nossa língua. Então, Siegfried, filho de orcs e humanos, portador da lendária espada Gran, tenho para você uma mensagem do imperador de Montris.
Logicamente, o jovem meio orc ficou perguntando-se como sabiam tanto dele. Mas calou-se em consentimento.
- Eu, Crosmusse del Alfarroz II, Imperador de Montris, envio até você Namikaze Yumi, Arquiduquesa dos Aiodromes, para dar-lhe este recado.- Percebeu que não era a garota que falava, era o mesmo ponto de luz de antes com uma voz diferente. Uma voz que lembrava a de um anão, apesar de não recordar-se muito deles.- A ti, grande guerreiro portador de uma grande arma, será feita uma proposta. Escute-a: A você, Siegfried, filho de orcs e humanos, portador da lendária espada Gran, ofereço o cargo de supremo general de minhas tropas, Grande mestre de armas e um dos três Lordes imperiais. Dentre esses três cargos, apenas o de Yumi está devidamente ocupado, e o segundo será seu. Ambos serão do mesmo patamar, abaixo apenas do seu Imperador. Agora, se a proposta for aceita, sua ajuda será de grande importância na guerra contra os orcs que planejam invadir nossas fronteiras. Caso recuse a proposta, duas opções serão oferecidas: I- Deixar aqui a sua espada e levar a sua vida para longe de montris, com a condição de nunca mais voltar. Caso resista à primeira opção, a bela e frágil srta à sua frente ensinar-lhe-à o significado de "beleza mortal". Esta é a opção II: morrer aos pés dela."
Um breve e sólido silêncio tomou conta do lugar. Por fim, o orc disse.
- Hum, proposta interessante. Que tal uma...terceira opção? - E sacou a espada, tão grande quanto ele mesmo.
- Parte 9:
- Uma proposta recusada, uma inimiga desconhecida e o cheiro de luta impregnando o lugar. Não é preciso perguntar se eles lutaram após uma recusa feita ao modo dos orcs. E foi uma luta notável, de nível tão alto que fazia tremer o próprio reino de Montris. Por fim, resolveram-se empatados. "Agora sim, sei que sou digno de estar aqui" disse o meio orc. E aceitou o cargo, e expulsou os orcs. E poucos eram os que aceitavam uma luta com ele. Anos mais tarde, ele conheceu alguém que aceitaria o desafio. Quem? Omni Raitun, o Lupuosrikus, terceiro Lorde Imperial, mestre dos mestres e eterno aprendiz. Cada um dos três Lordes tinha títulos e mais títulos. Mas ele não conheceu o eterno aprendiz como Lorde, mas sim como aprendiz. Ele passou ao aprendiz seus ensinamentos, e o aprendiz prodigioso ficou tão habilidoso quanto o mestre [ou mais]. E todos temiam suas duas lâminas de fio negro. Assim chegou a guerra contra Ragnaros, inimigo derrotado por Raitun. Raitun se foi, os ventos foram passando.
- Parte 10:
- Após a morte de Ragnaros Montris teve paz. Não por tanto tempo. Algo começou a corroer a magia de Montris. Uma aura negra. Junto da aura negra e vento que trazia um frio cortante vinha um rumor, um péssimo rumor. "A chuva irá cair, a profecia irá se cumprir". Havia uma profecia que um dia quando chuva e tempestade lutassem ambos destruiriam o que não era de acordo com aquele mundo. E isso custaria a vida de ambos. O orc foi enviado pelo imperador e saiu a procurar pelo reino a fonte do rumor. Achou a face verdadeira do rumor. Uma foice há muito conhecida. Por esta foice ele se deixou ser morto, mas uma promessa ficou para a ser cumprida. "Um dia lutarei com a tempestade, e se ela me derrubar é você que irá suportá-la, senhora da foice, senhora da chuva."
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|